Negócios nas nuvens: os planos da AWS
À medida que cresce a relevância da vertical de cloud computing nos resultados da Amazon, avança também a presença da companhia no Mobile World Congress
À medida que cresce a relevância da vertical de cloud computing nos resultados da Amazon, avança também a presença da companhia no Mobile World Congress
Taís Farias
4 de março de 2022 - 4h00
Em fevereiro, a Amazon apresentou seus resultados financeiros referentes ao quarto e último trimestre de 2021. No período, a companhia quase dobrou seus ganhos. O lucro líquido da gigante do varejo eletrônico bateu US$ 14,32 bilhões. No ano anterior, o resultado havia sido de US$ 7,22 bilhões. O número representa um rendimento de US$ 27,75 em cada ação, com crescimento de 97%. Em comunicado, a companhia explicou que o resultado inclui um ganho de avaliação antes de impostos de US$ 11,8 bilhões.
Ainda assim, na receita líquida, foi registrado crescimento de 9,4%. Quando a avaliação é feita pelas vendas, o maior avanço foi registrado na América do Norte, com alta de 9,3% no comparativo anual, somando US$ 82,3 bilhões. Já no restante do mundo, houve queda de 1% para US$ 37,2 bilhões. O grande destaque, no entanto, ficou por conta da receita da AWS, serviço de computação em nuvem da Amazon que somou US$ 17,7 bilhões ao montante da companhia – valor 39,5% acima do registrado no ano anterior.
No acumulado do ano, o crescimento da AWS foi de 37%. Os resultados só comprovam o sucesso da aposta da Amazon em diversificar sua receita apostando em computação em nuvem. A AWS, acrônimo de Amazon Web Services, começou a operar oficialmente em 2006. No entanto, o sistema inicial da AWS surgiu para ser utilizado internamente pela Amazon. Com mais de 200 serviços no mundo, a grande ambição da vertical é ter a maior extensão de infraestrutura em nuvem do mundo. Hoje, são 84 zonas de disponibilidade em 26 regiões geográficas. Outras 24 áreas já estão nos planos da companhia.
À medida que cresce a relevância da AWS nos negócios da Amazon, cresce também sua presença no Mobile World Congress, em Barcelona. Ano após ano, a vertical usa o evento como vitrine para mostrar à indústria móvel o potencial comercial da indústria móvel. Em 2022, inclusive, a companhia foi uma das patrocinadoras do evento, protagonizando painéis e com um espaço exclusivo para que seus executivos fizessem negócios.
A estratégia parece estar dando certo. O Brasil foi foco de um dos anúncios da empresa durante o evento. A Telefônica Vivo escolheu a AWS como um de seus fornecedores de nuvem para receber núcleo de rede 5G SA, que funcionará na frequência 3,5 GHz e deverá estar ativo em todas as capitais brasileiras até o início de julho, ainda que o governo já admita que atrasos podem acontecer. Na semana passada, o Grupo Telefónica anunciou um acordo para o fornecimento de serviços 5G baseados em nuvem para clientes corporativos.
A vertical da Amazon também se mostrou presente em um dos principais debates do evento – o ESG e as mudanças climáticas. A plataforma de serviços em nuvem anunciou o lançamento de uma ferramenta de pegada de carbono. A ideia é que, usando as soluções da empresa, os clientes consigam estimar com mais facilidade suas emissões. A ferramenta foi desenvolvida internamente pela Amazon, que é cofundadora do The Climate Pledge, compromisso assinado pelas empresas para cumprir com os objetivos do Acordo de Paris dez anos antes do esperado. A Amazon pretende atingir zero carbono líquido até 2040, além de alimentar suas operações globais com 100% de energia renovável até 2025.
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