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Como o Brasil está avançando em conectividade

Leilão do 5G deve gerar quase R$ 50 bilhões, mas pesquisa do Google revela que 13% da população afirmam nunca ter ouvido falar sobre a tecnologia

Taís Farias
24 de fevereiro de 2022 - 17h54

(Crédito: Metamorworks/ Shutterstock)

Nos último dois anos, a pandemia da Covid-19, entre seus múltiplos impactos e desafios, não só desvelou como agravou uma série de desigualdades sociais. O tema virou foco de discussões em instâncias públicas e privadas e a indústria de tecnologia móvel não ficou de fora dessa. No painel de encerramento da edição 2021 do Mobile World Congress, o MWC, o chief business officer da KaiOS Technologies, Nicolas Zibell afirmou “Um ponto do qual nós não falamos é que a exclusão digital não está regredindo. Continua existindo uma parte da população do mundo que não tem acesso à conexão”.

“O gap de conectividade não é só um gap de cobertura”, completou o executivo, lembrando que internet e devices também precisam estar acessíveis. Deslocando essa discussão para a realidade brasileira, é possível questionar – como o Brasil chega ao MWC 2022 quando o assunto é acesso à conectividade?

No ano passado, uma pesquisa desenvolvida pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil e divulgada pela Agência Brasil, agência de notícias do Governo Federal, apontou que o número de pessoas com a cesso à internet cresceu durante a pandemia. No entanto, a desigualdade digital persiste. Segundo o estudo, em 2020, o Brasil chegou a 152 milhões de usuário. Ou seja, 81% da população com mais de 10 anos tem internet em casa. O número representa um aumento de 7% na comparação com 2019 e o maior índice de crescimento dos 16 anos da série histórica.

O crescimento do total de domicílios com acesso à internet aconteceu em todos os segmentos analisados. Nas residências da classe C, o acesso saltou de 80% para 91%. Já entre as casas das classes D e E, o número foi de 50% para 64%, em 2020. Ainda que os números pareçam positivos, o órgão reconhece que esse acesso à internet é desigual, especialmente, em qualidade. Nas casas das classes D e E, 90% dos usuários se conectam exclusivamente pelo celular, podendo estar suscetíveis as limitações de planos de dados de suas operadoras.

Essa desigualdade também está refletida na educação. De acordo com o censo escolar de 2020, apenas 32% das escolas públicas de ensino fundamental têm acesso à internet para os alunos. O número sobe para 65% no caso das escolas públicas do ensino médio. O Governo Federal afirma que pretende aumentar a infraestrutura de internet nas escolas com o leilão do 5G. O edital prevê investimentos para levar internet de alta velocidade para todas as escolas em locais com mais de 600 mil habitantes até 2029.

Nesse sentido, o tema do 5G avançou no Brasil em 2021. Em novembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou a maior licitação de faixas de frequência, em Brasília, com um total de 15 empresas interessadas.  As três operadoras de abrangência nacional, Claro, Tim e Vivo, arremataram os lotes na faixa de 3,5 GHz, considera a principal do leilão do 5G. A Winity ll Telecom Ltda. conquistou a frequência de 700 MHz. Entre o valor das aquisições e os investimentos, o governo espera arrecadar quase R$50 bilhões.

Para entender a percepção dos brasileiros sobre a chegada do 5G, em novembro, o Google desenvolveu a pesquisa Google Consumer Survey 2021, em que ouviu 2 mil usuários. Nela, 61% dos entrevistados afirmaram já ter ouvido falar sobre o 5G, mas reconheceram não ter muito conhecimento sobre o assunto; 26% disseram se sentir seguros sobre o tema, enquanto 13% nunca ouviram falar. Segundo a plataforma, em um ano, as buscas por 5G cresceram 112% no Brasil. Ainda segundo o estudo, quem está mais ativo nas buscas procura por questões práticas, como a velocidade da internet e o impacto nos smartphones. Confira os gráficos:

(Crédito: Google Brasil)
(Crédito: Google Brasil)
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