5G acelera ecossistemas digitais em todos os setores
O poder de atuação e evolução do 5G no Brasil, em diferentes indústria, é pauta do MWC
O poder de atuação e evolução do 5G no Brasil, em diferentes indústria, é pauta do MWC
1 de julho de 2021 - 12h11
O que as big techs, bancos, empresas automotivas e indústrias estão fazendo no #MWCBarcelona, um evento de telecomunicações? Elas estão se conectando aos novos ecossistemas digitais.
Tradicionalmente o setor de telecomunicações possui 3 grandes pilares: as operadoras de telecomunicações, que instalam as redes móveis e vendem planos celulares; as empresas provedoras de tecnologia, como a Ericsson, que oferecem componentes e toda a infraestrutura técnica para as redes móveis; e as fabricantes de celulares, que produzem seus dispositivos a partir de hardware e software compatíveis com padrões acordados pela indústria.
Esses atores colaboram com sucesso desde o 1G (quando ainda tínhamos redes analógicas) até o 4G, que permitiu a massificação das empresas over-the-top (OTTs) como WhatsApp, Facebook, Uber, Netflix, iFood, impulsionando a economia digital baseada em mobilidade como conhecemos hoje. Com cerca de 8 bilhões de assinaturas globais de celulares, existe, em média, quase um celular para cada habitante do planeta. Porém, apesar de toda disrupção trazida pelas OTTs aos consumidores, a participação desses atores na construção de ecossistemas ainda é limitada quando pensamos no potencial transformador do 5G para as indústrias.
Até pouco tempo atrás, as empresas vinham utilizando a internet para conectar as pessoas com seus celulares e laptops. Contudo, com a aceleração da digitalização das indústrias, a conectividade se torna crítica para garantir aplicações de monitoramento em tempo real, controle remoto de maquinário pesado e robôs autônomos. Neste contexto, os requisitos de conectividade para garantir o funcionamento correto da internet de cada “coisa” devem ser tratados de forma individualizada.
O 5G, junto com IoT, edge e Inteligência Artificial, cumpre justamente o papel de garantir a conectividade para cada aplicação, moldando as características da rede para diferentes situações. Para alcançar essa promessa de altíssima especialização da conectividade, portanto, veremos o surgimento de novos ecossistemas formados não apenas pelos atores tradicionais, mas por representantes de todas as verticais de indústria, sejam empresas de grande porte ou start-ups. Juntos, esses ecossistemas criarão novas plataformas digitais unidas por APIs de forma segura muito além dos serviços OTT. Afinal, por mais capacidade e recursos que se possa ter, não caberá a uma única empresa definir como carros serão autoguiados, cirurgias serão realizadas a distância e drones realizarão entregas nas grandes cidades.
Utilizando as redes 5G, um serviço de saúde móvel como o SAMU, por exemplo, contará com uma conexão de alta confiabilidade entre a ambulância e o hospital durante o deslocamento, permitindo que as equipes médicas possam realizar exames e diagnóstico em tempo real. A ambulância poderá, inclusive, se comunicar com o sistema de trânsito para que os semáforos criem uma onda verde e para que aos demais veículos naquela localidade seja solicitada a liberação da faixa à esquerda, reduzindo o tempo no trânsito. Enquanto isso, os exames realizados durante o deslocamento apoiarão a preparação de uma UTI, se necessário, com todos os cuidados para aquela situação emergencial. Para que este cenário aconteça, não basta apenas internet de alta velocidade: as fabricantes de equipamentos médicos, as desenvolvedoras de aplicações baseadas em AI, os sistemas de prontuário e a própria ambulância precisarão compartilhar uma grande quantidade de informações com um tempo de resposta (latência) na casa de poucos milissegundos.
Assim como na saúde, esses ecossistemas digitais estão florescendo em HUBs por todos os setores da economia brasileiras: indústria, mineração, serviços financeiros, varejo e agricultura. O Radar Agtech aponta a existência de 20 hubs de inovação e mais de 1500 Agtechs, as startups orientadas ao agronegócio. A Ericsson tem atuado como orquestradora de ecossistemas em diversos setores, notadamente por meio de parcerias estabelecidas com as principais operadoras e centros universitários.
O 5G deverá ganhar um impulso grande no Brasil com o leilão de espectro de radiofrequências que deverá acontecer em agosto, conforme anunciou o Ministro das Comunicações, Fabio Faria, em sua participação no MWC Barcelona, na última terça-feira. Uma das principais lições que o 5G nos dá é que os first movers obtêm vantagens significativas. Portanto, caso você ainda não faça parte desses ecossistemas, é hora de agir na altíssima velocidade e baixíssima latência do 5G.
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