Meio&Mensagem

Victória Navarro
28 de junho de 2021 - 16h41

Se a pandemia da Covid-19 tivesse acontecido há 20 anos, como seria um lockdown sem redes sociais e softwares de videoconferência? Desde o ano passado, as soluções móveis estão transformando diversas indústrias, como educação e serviços de saúde. Nesta segunda-feira, 28, durante o Mobile World Congress (MWC), realizado via formato híbrido — espera-se um público de 35 mil participantes físicos em Barcelona, além dos usuários virtuais –, Angela Logothetis, CTO da Amdocs Open Network, John Saw, EVP de tecnologias avançadas e emergentes da T-Mobile, e Shawn Hakl, sócio da Azure for Operators, da Microsoft, explicam os aprendizados diante do potencial do setor móvel em tempos de distanciamento social e crise financeira. O painel “O papel das parcerias com telecomunicações na recuperação da Covid-19” foi moderado por Jim Brisimitzis, fundador e sócio da 5G Open Innovation Lab.

Jim Brisimitzis, fundador e sócio da 5G Open Innovation Lab, Angela Logothetis, CTO da Amdocs Open Network, John Saw, EVP de tecnologias avançadas e emergentes da T-Mobile, e Shawn Hakl, sócio da Azure for Operators, da Microsoft (crédito: reprodução/MWC)

Em todo e qualquer lugar
De acordo com John, a pandemia transformou os escritórios das grandes cidades. Cerca de 87% das empresas esperam que seus colaboradores trabalhem de casa, em três ou mais dias por semana. “Isso significa que o escritório do amanhã está em todo e qualquer lugar. E, isso graças a tecnologia”, afirmou. De fato, o digital mostrou-se ainda mais presente no dia a dia da população. Angela explicou que, quando grande parte das pessoas passou a trabalhar no modelo home office, diversas outras atividades começaram a dividir a atenção com o dia a dia profissional, como educação dos filhos, compras essenciais e atividades domésticas. “A Covid-19 não mudou apenas de onde trabalhamos, mas sim como vivemos”, adicionou a CTO da Amdocs Open Network. Para Angela, a inclusão digital, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, tem sido desafiadora em regiões economicamente afetadas pela crise da pandemia.

O profissional da T-Mobile destacou o papel dos serviços de telecomunicações na educação. Os estudantes passaram a acompanhar as aulas de suas residências. Entretanto, no cenário educacional, pôde-se ver uma imensa lacuna tecnológica: “A Covid-19 colocou holofotes na necessidade de tornar todo tipo de comunicação ainda mais digital e de incluir ainda mais a população na internet. Na América, por exemplo, ainda há muitas pessoas sem acesso à tecnologia”.

Conexões e experiências
No painel “O papel das parcerias com telecomunicações na recuperação da Covid-19″, Shawn ressaltou os avanços que o 5G (quinta geração de telefonia móvel) irá promover na sociedade. “O 4G, como conhecemos, e a conexão, que já vivemos, serão deixados para trás. Tudo mudará. Seja o modo como trabalhamos, seja a maneira que vivemos, seja até mesmo como aprendemos”, afirmou. Para isso, de acordo com o executivo da Microsoft, no momento, é necessário promover testes e experimentos acerca da tecnologia. “A oportunidade vem quando a gente começa a promover conexões e experiências”.

Angela ressaltou que a inovação vem dos colaboradores. “Os modelos entre empresas e funcionários, ao redor do mundo, buscam entender como trazer flexibilidade para os negócios”, explicou. Segundo o EVP de tecnologias avançadas e emergentes da T-Mobile, se olhar mais profundamente, a agilidade ajuda em diversos processos. Os hábitos dos consumidores mudam com maior frequência. Então, a tecnologia veio para ajudar a acompanhar os usuários, ainda mais digitais. “O 5G tem potencial de melhorar todas as experiências”, apontou John.