Como a Verizon usa 5G para transformar seus robôs?
Operadora dos EUA aposta no potencial da tecnologia multi-acess edge computing para expandir possibilidades na robótica e outros setores
Operadora dos EUA aposta no potencial da tecnologia multi-acess edge computing para expandir possibilidades na robótica e outros setores
Taís Farias
28 de junho de 2021 - 15h18
Líder global do 5G, a tele norte-americana Verizon, por meio de parceria com a AWS, empresa de serviços de computação em nuvem da Amazon, passou a fornecer o Mobile Edge Computing ou Multi-acess edge computing (MEC) para empresas, no ano passado. Juntas, as companhias combinam a rede 5G da Verizon com a capacidade de armazenamento e processamento em nuvem da AWS em plataformas privadas com o objetivo de melhorar a produtividade, segurança e eficiência operacionais. O projeto visa dar suporte a casos de usos em que é necessária baixa latência, como com robôs autônomos, manufatura industrial e manutenção preditiva.
“Acreditamos que a demanda por serviços MEC desbloqueará um mercado total de mais de US$ 30 bilhões até 2025, nos Estados Unidos”, afirmou Hans Vestberg, CEO da Verizon, em apresentação online no MWC 2021. O mobile edge computing, ou computação de borda de acesso múltiplo, em tradução livre, é um conceito de arquitetura de rede que permite recursos de computação em nuvem em ambiente na borda da rede celular. A ideia é que, ao realizar o processamento mais perto do device, o congestionamento da rede é reduzido e se atinge melhor desempenho.
Para o CEO da Verizon, o desenvolvimento e aplicação do MEC está entre os pilares para a criação de economia totalmente em rede. Ao lado das transformações trazidas pelo MEC para os negócios e a indústria, estariam a ideia de que o trabalho e ensino remoto vieram para ficar, a concepção de que o streaming já é a plataforma principal de entretenimento do público e, por fim, a criação de novas e poderosas ofertas de produtos e serviços.
Para além da rede
Mas, para além de viabilizar a tecnologia responsável por essas transformações, o que a Verizon mostrou no MWC é que também investe no desenvolvimento de casos de uso para o MEC. Para Rima Qureshi, CSO da Verizon, não há motivos para que a companhia não assuma esse papel. A executiva diz que são “aplicações que vão trazer valor para os consumidores”.
Uma dessas apostas está na robótica. Ao longo dos anos, os robôs deixaram o papel de substituir a força humana em tarefas muito perigosas ou custosas e se tornaram autônomos, criando oportunidades para suprir as necessidades das indústrias em setores que vão da manufatura até a mineração. No entanto, há habilidades que eles ainda não atingiram. “A impossibilidade de se comunicar estabelece limites para o potencial e o impacto dos robôs”, aponta a CSO da Verizon. Esse, então, se tornou um dos objetivos da empresa. A companhia está usando o 5G para permitir que os robôs possam interagir em nível básico, criando um conhecimento contextual. Na prática, o 5G permitirá que se conectem entre si, assim como a outros devices e sensores, criando representações digitais dos espaços. O conceito está sendo chamado de “digital space orquestration”. Isso permitirá que identifiquem o ambiente e seus obstáculos e que possam trabalhar juntos. “Isso faz os robôs mais inteligentes e eficientes”, garante Rima .
A companhia também investe em drones. Sem conexão com rede, os aparelhos precisam pousar frequentemente para fazer download dos dados capturados. Isso gasta tempo, bateria e recursos. No entanto, quando conectados, com a tecnologia 5G edge da Verizon, o potencial de coleta e processamento de dados ganha eficiência. Nesse sentido, a empresa vem realizando testes para o uso dessas ferramentas em áreas de risco e desastres naturais. Dessa forma, os drones seriam capazes de analisar as áreas, identificar a presença de vítimas sem a necessidade de operação humana in loco e com a capacidade de transmitir essas imagens, simultaneamente, para qualquer lugar do mundo. “Essas tecnologias representam oportunidades para inovadores de todos os setores a começarem a pensar, em termos absolutamente novos, sobre o que é possível”, aponta a CSO. “Estamos avançando nesse campo em nome de expandir as possibilidades humanas, e não em restringi-las”, afirma.
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