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Um mundo de milissegundos

As aplicações em tempo real estão por todos os cantos do evento e a tecnologia 5G apresenta novas possibilidades que ainda não eram possíveis


27 de fevereiro de 2018 - 17h14

(Crédito: reprodução/Pexels)

O MWC deste ano está ainda mais conectado. As aplicações em tempo real estão por todos os cantos do evento e a tecnologia 5G, que começa a ser realidade em mercados como Estados Unidos e Coreia do Sul já neste ano, apresenta novas possibilidades.

Aos olhos dos consumidores, as aplicações serão cada vez mais heterogêneas. Isso significa que uma mesma rede vai ter carros conectados, aplicações de realidade virtual, acesso à internet de alta capacidade e redes de sensores, além de smartphones, computadores e tudo mais. Naturalmente, a necessidade de banda, ou velocidade, de cada aplicação será completamente diferente, já que um sensor de temperatura precisa enviar apenas uns poucos bytes para a rede, enquanto um vídeo de alta definição precisa de muitos megabytes por segundo, e aplicações de realidade virtual demandarão ainda mais.

No entanto, um aspecto ainda mais básico é a necessidade de latência baixa. Algumas aplicações precisam rodar em tempo real. A latência, ou atraso entre enviar e receber um pacote de dados, é importantíssima para determinar a qualidade de um serviço, ou mesmo para viabilizar uma determinada aplicação. Alguns podem ter um pouco de atraso – como destravar uma bicicleta compartilhada a distância, mas outros não toleram nenhum tipo de demora.

E é a introdução do 5G que vai permitir toda uma nova gama de aplicações que dependem de uma latência baixíssima. Um dispositivo médico conectado, um carro autônomo e conectado ou uma industria 4.0 só serão possíveis com redes que consigam operar com latência na ordem de 1 milissegundos (ms). Hoje, o 4G consegue no mínimo 20 ms, enquanto o 3G é 5 vezes isso. Nas diferentes verticais de IoT há serviços que serão possíveis somente se forem totalmente imediatos, porque estarão em contato direto com a inteligência que estará na nuvem – é o que chamamos de virtualização.

Um carro que se comunica com a rede ou com outro carro tem que ter uma resposta instantânea, qualquer atraso pode ser a diferença entre ele ter tempo para frear ou não em caso de um imprevisto. Um marca-passo conectado terá que poder se comunicar de maneira quase imediata, qualquer atraso, falha ou demora em enviar ou receber informações pode significar que ele não conseguirá ajudar o paciente. Nas indústrias conectadas, robôs e máquinas autônomas terão a sua inteligência na nuvem e justamente por isso precisarão de conexões que permitam que qualquer decisão seja tomada instantaneamente, sem que haja tempo para que nada mais aconteça entre a informação, a decisão e a ação, como se fosse local.

Neste MWC, a Ericsson mostrou uma máquina de escolher peças numa linha de produção de indústria 4.0, na qual a inteligência dela está na nuvem. Essa máquina, se operada com latência alta, sem garantia de qualidade, acabava errando na escolha porque a informação leva muito tempo para ir até a nuvem e voltar. Quando operada com baixa latência, com qualidade garantida, a máquina sempre acerta na escolha, com uma atuação imediata. É um exemplo claro de algo que só é viável com latências muito baixas, como as que o 5G vai conseguir entregar. A Ericsson também mostrou uma escavadeira conectada que é controlada a distância com um óculos de realidade virtual, algo que somente é possível com poucos milissegundos de atraso.

(Crédito: Sérgio Damasceno)

Latências baixas serão tão importante quanto altas velocidades no futuro. O 5G cria um novo paradigma de redes de resposta imediata, sem atraso, onde alguns serviços terão que ser entregues com altíssima prioridade para serem possíveis, em verdadeiro tempo real. Uma cirurgia remota talvez seja o exemplo mais claro disso: qualquer falha na comunicação pode significar um problema bastante grave. E pelo que vimos neste MWC, estamos cada vez mais próximos desse mundo de milissegundos, aplicações instantâneas e inteligência na nuvem.

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