A feira da evolução, mas não da disrupção
Meu MWC começou antes de chegar à feira, quando entrei em contato com uma pessoa de um instituto de pesquisa
Meu MWC começou antes de chegar à feira, quando entrei em contato com uma pessoa de um instituto de pesquisa
27 de fevereiro de 2018 - 12h45
No mundo dos vinhos é comum os enólogos se referirem a determinados anos como “boas safras”. Vários fatores atuam em conjunto para a criação das condições de uma safra, sendo o principal deles o clima. No mundo dos negócios não é diferente, mas aqui as condições climáticas são substituídas pelo “tempo”.
Frequento o MWC há vários anos e me lembro daquelas “safras” em que chegava à feira e pensava: “onde eu estive nos últimos 10 anos?”. No MWC 2016, vi pela primeira vez várias montadoras “invadindo” a praia de uma feira que até então era território de empresas de telefonia e seu ecossistema (equipamentos, redes, etc). Foi a hora do mundo conhecer as primeiras experiências, ainda embrionárias e laboratoriais, de IoT (Internet das Coisas) e dos “self-driving cars”. Safra histórica. Voltei para o Brasil com a cabeça borbulhando. Acho que nunca andei tanto na feira para ver o que cada empresa trazia de novidade.
De volta a 2018, meu MWC começa mesmo antes de chegar à FIRA (espécie de Anhembi ou RioCentro), que hospeda a feira. Fui abordado por uma pessoa de um instituto de pesquisa me pedindo para responder um questionário sobre assistentes virtuais e testando meus conhecimentos sobre Siri, Alexa, Google Assistant, etc. Era o presságio de que essa seria aquela feira da “evolução” e não da “disrupção”.
Ao entrar na FIRA, comecei a ver várias aplicações de IoT, 5G, virtual reality (teve empresa trazendo simuladores exatamente iguais aos do ano passado, apenas com “games” diferentes). Andando mais um pouco, vi o stand da Samsung apresentando o S9, com seu simpático criador de emoji baseado no rosto do dono e o “Video Bixby”, a evolução do assistente virtual da fabricante que agora possibilita uma série de novas aplicações muito mais interativas.
Outro foco da empresa é o Samsung Pay, sua plataforma de mobile payment. Aliás, essa é a aposta da fabricante desde o ano passado, com ações também fora da feira. Ontem, andando pela Praça Catalunia — onde a Samsung todo ano monta um stand para que as pessoas possam conhecer suas novidades fora da feira —, vi que o tema, de novo, era o Samsung Pay, uma clara tentativa de educar o público na utilização da aplicação.
De volta à feira, notei que as fabricantes de smartphones estão apostando forte nos assistentes virtuais com vídeo. Além da Samsung, que já mencionei, a LG também trouxe a sua AI Câmera, no V30S ThinQ, que leva a inovação também para pessoas com deficiência visual, já que a câmera reconhece diversos objetos, além de animais e cores.
Andando mais adiante, fui apresentado ao Axon M, da ZTE, que mesmo não sendo relevante no Brasil, me pareceu ter um conceito interessante: ao abrir a tela (dobrando, portanto, o seu tamanho), é possível acessar uma série de usos diferentes de aplicativos e torna a experiência muito mais rica do que temos nos principais concorrentes, inclusive em termos de tamanho da tela. E, de verdade, foi o que vi de mais inovador em relação a smartphones.
Rodando mais um pouco, esbarrei com aplicações de blockchain e mais VR/AR… Daí tive que voltar para minhas reuniões e deixei para o segundo dia uma passada no Planet Apps para ver quais são as novidades por lá. Conto pra vocês depois, porque ainda quero dedicar um artigo à T-Mobile, a empresa que mais me encantou até o momento aqui em Barcelona. No próximo artigo eu conto por que…
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