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5G chega para elevar o nível da transformação digital

A AT&T, dos Estados Unidos, e a Swisscom, da Suíça, são as primeiras operadoras móveis a lançar comercialmente as redes de quinta geração

Sergio Damasceno Silva
26 de fevereiro de 2018 - 7h02

AT&T, dos EUA, é a primeira operadora a anunciar a operação comercial da rede 5G; previsão é chegar a 12 cidades este ano (Crédito: reprodução)

Com a promessa de revolucionar a indústria móvel (e todas as demais indústrias conectadas), as redes 5G começam a virar realidade. A AT&T, uma das maiores operadoras norte-americanas, acaba de anunciar que, até o final deste ano, pelo menos 12 cidades estarão cobertas pelo padrão que, em laboratório, pode aumentar as taxas de velocidade em até 140 vezes em relação às redes de quarta geração (4G). Na Europa, também a Swisscom confirmou que deve colocar a rede 5G em operação este ano. Na Ásia, triplicou, de 2016 para cá, os trials com a tecnologia. No Brasil, em função de regulamentação que ainda deve ser definida, as primeiras redes 5G devem chegar apenas em 2020.

Durante o Mobile World Congress (MWC), que acontece esta semana em Barcelona, na Espanha, a 5G deve orientar boa parte dos debates, apresentações e seminários porque é dessa infraestrutura de rede que decorrerão os esperados avanços em uma série de segmentos intimamente ligados à conectividade. Estão diretamente atreladas à capacidade e velocidade da rede aplicações baseadas em internet das coisas (IoT), inteligência artificial, machine learning, machine to machine, realidade virtual e aumentada (RA e VR), smart cities, saúde, educação, segurança e toda a gama de setores que passa pela conexão mobile.

A vantagem da 5G sobre as antecessoras 2G, 3G, 3,5G, 4G e 4,5G (sendo que essas duas últimas estão em franca expansão entre as teles brasileiras) é, além da velocidade, a baixíssima latência, ou seja, o tempo de resposta entre aparelho e torre da operadora: a especificação do padrão é de quatro milissegundos, ante os 20 milissegundos do padrão 4,5G, com o valor ideal de um milissegundo. Para se ter uma ideia do que significa isso, uma piscada de olhos dura entre cem milissegundos (ou milésimo de segundos) a 150 milissegundos. Essa latência é que garantirá, por exemplo, que carros autônomos não saiam pelas ruas batendo uns contra os outros. A capacidade altíssima da rede 5G assegurará, também, que, numa cidade inteligente, um carro conectado envie dados que sejam conectados com o sistema de semáforos de forma que o fluxo do tráfego seja reduzido ou aumentado conforme o volume.

Nesse mundo ideal, aplicações que estão em desenvolvimento como realidade virtual e realidade aumentada, por exemplo, tendem a ser maximizadas porque, com a velocidade da 5G, poderão ser usadas em realtime, e não apenas reproduzidas por meio de apps como acontece atualmente nas redes 4G e 4,5G. Ou seja, a realidade aumentada não seria apenas uma partida de Pokémon GO no celular, por meio do download de um aplicativo, e sim um Pokémon Go realístico, com interação com o mundo físico. A mesma coisa com a realidade virtual, em que o nível de interatividade passará a outro patamar.

Para as teles, não é apenas mais uma camada de rede como acontece com gerações intermediárias (3G, 3,5G, 4G e 4,5G). A rede 5G transforma a operadora em uma empresa puramente digital, que deixa de ser uma fornecedora apenas de conectividade para entender integralmente o consumidor, dar inteligência ao uso da rede e ser mais veloz no lançamento de serviços. Para a indústria, em geral, significa a possibilidade de explorar aplicações habilitadas para redes de quinta geração que, atualmente, por óbvias limitações tecnológicas, não são possíveis.

Por isso, quando o mundo móvel se encontrar esta semana em Barcelona, as redes 5G devem estar no centro dos debates. Porque mudam o modelo de negócios das teles, mas, mais do que isso, mudam o ecossistema mobile como se conhece atualmente.

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